terça-feira, 29 de setembro de 2009

Câmera digital de código aberto abrirá novos campos para a fotografia

Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/09/2009
Câmera digital de código aberto abrirá novos campos para a fotografia
Na Frankencamera, todas as características básicas - foco, exposição, velocidade do obturador, disparo do flash etc - são controladas por um programa que pode ser livremente alterado por qualquer programador. [Imagem: Stanford Univ.]

Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, estão criando uma câmera digital de código aberto, o que significa que qualquer interessado poderá construi-la e escrever novos programas de controle para que a câmera funcione em modos customizados, atendendo exigências de aplicações específicas e permitindo novas experimentações em fotografia.

Câmera digital open-source

Hoje, quando alguém compra uma câmera digital, deve operá-la segundo o programa de controle interno que vem instalado de fábrica. Nada de baixar plugins, instalar novos filtros ou criar novas funções para captura e manipulação das fotos.

Na nova câmera, ao contrário, todas as características básicas - foco, exposição, velocidade do obturador, disparo do flash etc. - são controladas por um programa que pode ser livremente alterado por qualquer programador. "A premissa do projeto é construir uma câmera que seja de código aberto," diz o professor Marc Levoy, que está coordenando o desenvolvimento da câmera de hardware e software livres.

Manipulação de fotografias

Batizado de Frankencamera, numa alusão ao Dr. Frankenstein e ao monte de equipamentos postos juntos no projeto, o equipamento terá um sistema operacional que poderá ser baixado livremente. Os desenvolvedores poderão tanto otimizar o sistema operacional da câmera quanto criar novos aplicativos para ela.

Será possível, por exemplo, experimentar novos ajustes e novas formas de respostas à luz e ao movimento, acrescentar funções para aplicações específicas, como a captura de imagens astronômicas, ou a criação de novos algoritmos para processar as imagens originais de formas inovadoras, como acontece hoje com os filtros de programas de manipulação fotográfica.

Segundo Andrew Adams, o responsável pela maior parte do trabalho de construção da Frankencamera, o seu sonho é que logo seja possível baixar aplicativos para a câmera digital open-source da mesma forma que os usuários do iPhone fazem hoje.

Fotografia computacional

No nascente campo da fotografia computacional, pesquisadores e aficionados usam bancadas com conjuntos ópticos, chips de imageamento, computadores e programas especializados para melhorar fotografias e fazer novos experimentos. Mas isto tem limitado o desenvolvimento da área, deixando-a restrita a pessoas com grandes conhecimentos técnicos e muito recursos.

O objetivo da Frankencamera é estender essa experimentação, levando-a para as fotografias de paisagens, esportes e estúdios em geral.

Uma das possibilidades de uso da Frankencamera é na extensão da chamada faixa dinâmica, a capacidade de usar várias condições de iluminação na mesma cena. Isto é feito hoje em laboratório, sobretudo para fotografar animais muito pequenos. Ao capturar imagens da mesma cena com diferentes tempos de exposição, torna-se possível combiná-las em uma nova imagem na qual cada pixel tem iluminação ótima.

Fotografias resultantes desse processo têm conquistado os melhores prêmios em fotografias de insetos, plantas e de estruturas nanotecnológicas. Embora os algoritmos para efetuar esses truques sejam bem conhecidos, nenhuma câmera digital comercial é capaz de fazer isso. A Frankencamara será.

Câmera Frankenstein

A Frankencamera de fato merece o nome. Ela foi construída com uma placa-mãe tudo-em-um da Texas, rodando Linux, dotada de uma pequena tela LCD. O processador digital de imagens foi retirado de um telefone celular Nokia N95 e as lentes vieram de uma máquina Canon velha. O corpo da máquina foi construído pelos pesquisadores.

Agora que o conceito está testado, o próximo passo da pesquisa será substituir as partes adaptadas por outras que possam ser compradas no comércio, de forma a facilitar a construção do equipamento pelos interessados. Os pesquisadores afirmam que deverão colocar o projeto inteiro na Internet dentro de aproximadamente um ano.

Fonte:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=camera-digital-codigo-aberto-campos-fotografia&id=010110090909

Grid de computação brasileiro começa a funcionar

Thiago Romero - 25/09/2009
Grid de computação brasileiro começa a funcionar hoje
Entra em operação a maior rede de alto desempenho na América Latina, interligando sete universidades. A capacidade teórica de processamento é de 33,3 trilhões de cálculos por segundo. [Imagem: Unesp]

Entra em operação hoje a maior rede de computadores de alto desempenho na América Latina, interligando sete campi universitários. A capacidade teórica de processamento é de 33,3 trilhões de cálculos por segundo.

O Programa de Integração da Capacidade Computacional da Universidade Estadual Paulista (Unesp), mais conhecido como GridUnesp, será inaugurado e começará a funcionar nesta sexta-feira (25/9).

Maior rede de alto desempenho da América Latina

Trata-se de um conjunto de clusters (aglomerados de computadores interconectados) formado por estruturas paralelas em outros seis diferentes campi, nas cidades de Araraquara, Bauru, Botucatu, Ilha Solteira, Rio Claro e São José do Rio Preto, além do núcleo principal instalado na capital paulista.

Ao todo, serão 2.944 unidades de processamento com 33,3 teraflops (trilhões de cálculos por segundo) de capacidade teórica de processamento . "É a maior estrutura computacional de alto desempenho e processamento distribuído na América Latina", disse Sérgio Ferraz Novaes, coordenador geral do GridUnesp e professor do Instituto de Física Teórica da Unesp, à Agência FAPESP.

"A implantação do GridUnesp é o passo decisivo para posicionar a universidade no patamar do compartilhamento de dados científicos em alto nível de desempenho computacional. É o resultado do reconhecimento da consolidação e da elevada capacidade de diversos grupos de pesquisa", disse Herman Jacobus Cornelis Voorwald, reitor da Unesp.

Computação em grid

Na computação em grid (grade, em português) o poder de processamento de muitos clusters é reunido para se obter um desempenho muito superior ao que seria possível caso os aglomerados fossem mantidos isolados.

Os computadores do GridUnesp utilizam processadores Intel Xeon de quatro núcleos e foram adquiridos da Sun Microsystems do Brasil. A estrutura permitirá a grupos de pesquisa acesso a elevados níveis de capacidade de processamento e armazenamento de dados nos mais diversos campos.

De DNA a LHC

Entre as áreas e aplicações que poderão se beneficiar estão o sequenciamento genético, previsão do tempo, modelagem molecular e celular, reconstrução de imagens médicas, desenvolvimento de novos materiais, segurança de redes de dados, química quântica e física de altas energias.

Nessa última área, o grupo liderado por Novaes, coordenador do GridUnesp, já desenvolve trabalhos em parceria com centros e projetos internacionais de pesquisa como o LHC (Large Hadron Collider, na Suíça). Um dos estudos se deu por conta do Projeto Temático "Física experimental de anéis de colisão: SP-Race e HEP Grid-Brasil", desenvolvido com apoio da FAPESP e cujos resultados deram origem ao Projeto Grid Educacional, lançado em 2008.

"Como todo o projeto do GridUnesp foi centrado na pesquisa científica, 14 projetos em andamento deverão se beneficiar de imediato da estrutura. Outra chamada de propostas para a contratação de novos projetos deve ser lançada ainda este ano", disse Novaes, que também coordena o Centro Regional de Análise de São Paulo (Sprace), instalado em 2003 com apoio da FAPESP.

Grade do conhecimento

Foram investidos no projeto do GridUnesp R$ 8 milhões, dos quais R$ 4,4 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e R$ 3,6 milhões da Unesp. A conexão do GridUnesp entre os clusters no interior de São Paulo ocorre por meio da rede KyaTera, desenvolvida no Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia) da FAPESP.

"A rede KyaTera teve um papel extremamente importante nesse projeto no que diz respeito ao fornecimento da estrutura de fibras apagadas, que posteriormente foi ampliada pelos pesquisadores da Unesp", explicou Novaes.

A rede KyaTera se equipara ao que existe de mais avançado no mundo em desempenho de redes com tecnologia de transmissão óptica. Sua ampliação foi realizada com a aquisição de equipamentos desenvolvidos pela Padtec, empresa que atua no desenvolvimento de alta tecnologia na área de redes ópticas.

Anel metropolitano de dados

Na capital, a rede foi redimensionada de forma a incluir o novo campus da Unesp na Barra Funda, no anel metropolitano que liga diversas universidades e institutos de pesquisa. No interior, foram criados novos enlaces de fibra, prolongando a malha óptica até Ilha Solteira.

As unidades da Unesp em Bauru, Botucatu, Ilha Solteira, São José do Rio Preto e Rio Claro estão sendo conectadas a Araraquara com velocidade de 1 gigabit por segundo, sendo o tráfego agregado transmitido até o data center do Núcleo de Computação Científica da Unesp e ao enlace internacional a 10 gigabits por segundo.

Outro benefício proporcionado pelo projeto GridUnesp é a instalação de um novo gateway (portão de entrada) no campus da Barra Funda que permitirá o tráfego de internet por meio da rede MetroSampa.

Novaes destaca que o Brasil tem hoje uma demanda crescente de pesquisas que exigem a evolução do conceito de grade, uma vez que os problemas científicos necessitam cada vez mais da produção de maior quantidade de dados, que devem ser filtrados e armazenados em um espaço de tempo menor.

Fonte:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=grid-computacao-brasileiro-comeca-funcionar-hoje&id=010175090925&ebol=sim

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Google adquire programa de segurança ReCAPTCHA

Google adquire programa de segurança ReCAPTCHA

Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/09/2009
Google adquire programa de segurança ReCAPTCHA

O que são captchas?

O Google anunciou a aquisição do programa ReCAPTCHA, utilizado para oferecer mais segurança aos sites da Internet por meio de letras ou números que o usuário deve digitar quando interage com um site.

As letras, que aparecem como desenhos distorcidos, evitam a distribuição de spam e o uso de sites interativos por programas automatizados, já que o reconhecimento dos caracteres é possível para um ser humano, mas muito difícil para um programa de computador. CAPTCHA é um acrônimo para Completely Automatic Public Turing test to tell Computers and Humans Apart.

Captcha do bem

Existem inúmeros programas de Captcha disponíveis no mercado, a maioria gratuita. Mas o ReCAPTCHA é especial. Enquanto os outros programas apresentam caracteres aleatórios e simplesmente checam se esses caracteres foram digitados corretamente, o ReCAPTCHA mostra palavras extraídas de livros impressos que estão em processo de digitalização.

Assim, quando digitam as palavras, muitas vezes quase ilegíveis, os usuários dos sites que usam o ReCAPTCHA estão na verdade ajudando a digitalizar livros antigos, jornais e outros materiais impressos antes do advento dos computadores.

A possibilidade de ajudar uma causa nobre fez com que o ReCAPTCHA de proliferasse como erva-daninha pela Internet. Milhares de sites ao redor do mundo já o adotaram. Seu uso é gratuito. Durante seu primeiro ano de funcionamento, 1,2 bilhão de captchas foram resolvidos e mais de 440 milhões de palavras foram corretamente decifradas. Isso equivale à digitalização de 17.600 livros.

Corrigindo o OCR

Mas como o programa sabe que o usuário digitou a palavra correta? O sistema funciona assim: o software do ReCAPTCHA pega uma palavra conhecida e outra que não foi reconhecida pelo OCR (Optical Character Recognition), e apresenta ambas ao usuário. Se o usuário interpretou corretamente a primeira, o programa assume que a segunda também foi interpretada corretamente.

O mesmo conjunto é apresentado seguidamente a vários usuários, até que, estatisticamente, o programa tenha certeza de que a palavra foi mesmo reconhecida. O texto do livro é então atualizado e dado como corretamente digitalizado.

ReCAPTCHA

O ReCAPTCHA foi lançado em 2007 pelo pesquisador Luis von Ahn, da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, tendo logo se transformado em uma empresa, criada com o objetivo de divulgar e eventualmente comercializar o programa.

O Google não divulgou se pretende fazer alguma alteração nas diretrizes de uso do programa.

Cientistas resolvem problema além da capacidade dos computadores

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/09/2009
Cientistas resolvem problema além da capacidade dos computadores
A proposta inicial do problema, feita por al-Karaji, e que não envolvia ainda os triângulos retângulo.[Imagem: Univ. Warwick]

Um grupo internacional de matemáticos conseguiu resolveu um problema que exige a manipulação de números tão grandes que a memória RAM dos maiores supercomputadores atuais não é suficiente para conter nem mesmo um só deles.

Este é o primeiro cálculo desse tipo a ser resolvido envolvendo mais de um trilhão de triângulos. O avanço somente foi possível graças a uma nova técnica de multiplicação desses números descomunais. Se um deles fosse escrito à mão, o espaço ocupado seria equivalente a ir até a Lua e voltar.

Além da capacidade dos computadores

Mas então, que mágica é esta que permite o cálculo com números que são grandes demais para serem escritos e que não cabem na memória dos computadores?

A solução foi encontrada nos discos rígidos, que podem ser adicionados a um computador até atingirem capacidades muito superiores à da memória RAM, a memória de cálculo dos computadores.

Enquanto os computadores normalmente contam com poucos gigabytes de RAM, os discos rígidos já são encontrados na faixa dos terabytes cada um. Os números foram armazenados nos discos rígidos e os cálculos foram feitos parcialmente, com cada parte do número sendo lido somente quando necessário.

Programa livre

"A parte difícil foi desenvolver uma biblioteca de código de computador para fazer esse tipo de cálculo. Uma vez pronta, não levou muito tempo para escrever o programa especializado para essa computação em particular," conta o matemático Bill Hart, um dos membros da equipe.

O programa utilizado para o cálculo foi disponibilizado gratuitamente e qualquer um com interesse suficiente em matemática - e com um computador com discos rígidos suficientes - poderá igualar o recorde dos pesquisadores e até mesmo estabelecer novos recordes.

Números congruentes

O problema diz respeito à área dos triângulos retângulo. O problema surpreendentemente difícil é determinar quais números inteiros podem representar a área de um triângulo retângulo cujos lados sejam números inteiros ou frações. A área de um triângulo assim é chamado de um "número congruente."

Por exemplo, o triângulo retângulo 3-4-5 que os estudantes veem em geometria tem uma área de 1/2 x 3 x 4 = 6; assim, 6 é um número congruente. O menor número congruente é 5, que é a área do retângulo cujos lados medem 3/2, 20/3 e 41/6.

A lista dos números congruentes começa com 5, 6, 7, 13, 14, 15, 20, 21, etc. Isso cria uma sequência bem ordenada com a adição de 8, onde cada número na linhagem 5, 13, 21, 29, 37, ..., é um número congruente.

O problema é que existem sequências mais misteriosas, como 11, 19, 27, 35, ..., forçando a que cada número seja checado individualmente.

O cálculo agora realizado descobriu 3.148.379.694 novos números congruentes até um trilhão. Os matemáticos preveem que existam cerca de 800 bilhões de números congruentes até um quatrilhão, o que poderá ser checado quando a tecnologia produzir discos rígidos grandes o suficiente.

Problema milenar

O problema resolvido foi proposto pelo matemático persa al-Karaji, que viveu entre os anos de 953 e 1029. "Problemas antigos como esse podem parecer obscuros, mas eles geram um enorme interesse e produzem pesquisas úteis conforme as pessoas desenvolvem novas formas de atacá-los," diz Brian Conrey, do Instituto Norte-Americano de Matemática.

Se você duvida da importância do problema, basta ver quem já se envolveu com ele. Fibonacci mostrou que 5 e 7 eram congruentes, mas não conseguiu provar que 1 não era. Isto só foi resolvido por Fermat, famoso pelo "último teorema de Fermat," em 1659.

A coisa ficou quase estacionada até 1915, quando foram determinados os números congruentes até 100. Em 1952, Kurt Heegner criou técnicas avançadas de matemática que demonstraram que os números primos na sequência 5, 13, 21, 29, ..., são congruentes. Até 1980, havia casos até 1000 que ainda não haviam sido resolvidos. Agora os pesquisadores chegaram a 1 trilhão.

Cuidado x 2

Os matemáticos são conhecidos pelos seus gostos pela precisão e pelas eternas distinções entre argumentos, provas e demonstrações. Já os programas de computador são conhecidos tanto pelos problemas que resolvem quanto pelos seus bugs.

É por isto que resultados como estes são vistos como ceticismo no mundo da matemática - a complexidade dos cálculos deixa muito espaço para erros tanto do software quanto do próprio hardware.

Para se defender desses argumentos, os pesquisadores fizeram os cálculos duas vezes, em computadores diferentes, usando algoritmos diferentes, codificados por dois grupos independentes de pesquisadores.
Bibliografia:

Congruent number theta coeficients to 10^12
Robert Bradshaw, William B. Hart, David Harvey, Gonzalo Tornaria, Mark Watkins
Online
September 18, 2009
http://www.warwick.ac.uk/~masfaw/congruent.pdf

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

LNCC promove debate sobre acesso da sociedade à ciência da matemática

Paulo Roberto Trales, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), é o convidado do programa "Professor, Fique Por Dentro", que acontece nesta quinta-feira, 24 de setembro
Motivo de preocupação para muitos estudantes, a matemática é o assunto do próximo encontro do programa "Professor, Fique Por Dentro", evento promovido mensalmente pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).

O cientista Paulo Roberto Trales, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói-RJ, pretende, entre os tópicos, mostrar falhas comuns praticadas por alunos ao tentar resolver problemas matemáticos. O tema do encontro é: "O que nos ensinam problemas matemáticos mal formulados ou onde falha a intuição?".

O evento acontece nesta quinta-feira, 24 de setembro, às 10h, na sede do LNCC, localizado na Av. Getúlio Vargas, nº 333, Quitandinha, Petrópolis-RJ.

EUA testam tecnologia que enterra CO2 emitido por usina a carvão

Térmica começa a usar método esta semana. Ambientalistas criticam
Construída em 1980, bem antes de o aquecimento global se tornar uma preocupação geral, a termelétrica de Mountaineer, em New Haven, nos Estados Unidos, está prestes a se tornar a primeira usina a carvão do mundo a capturar e enterrar parte do CO2 que emite. A esperança é que, em vez de ser liberado rumo à atmosfera, agravando ainda mais o efeito estufa, o gás fique debaixo da terra por milênios.

O projeto deve entrar em funcionamento nos próximos dias e já desperta a atenção de autoridades de China e Índia, que lutam contra a dependência desse tipo de geração de energia, considerada suja. Como eles, os EUA ainda são dependentes das térmicas a carvão para suprir suas necessidades energéticas.

Para especialistas, essa estratégia pode se revelar mais eficiente do que a construção de novas e mais modernas usinas. Mesmo assim, a viabilidade econômica da tecnologia de captura de CO2 permanece cercada de incertezas.

Certamente, o método vai sugar uma substancial quantidade de energia da usina - previsões mais otimistas dizem que será algo em torno de 15%; as mais pessimistas, em torno de 30%. Alguns argumentam que essa tecnologia pode se tornar mais cara do que a solar e a nuclear. E como toda novidade, mesmo os engenheiros ligados à iniciativa, não sabem se o método vai funcionar corretamente e se o dióxido de carbono vai, realmente, ficar bem estocado.

O projeto prevê que 100 mil toneladas de CO2 sejam enterradas anualmente, durante dois ou até cinco anos. O valor, dizem os responsáveis, representa 1,5% das emissões anuais da usina.

Ambientalistas, contrários às usinas a carvão, estão preocupados com a medida, acreditando que vai ser como trocar um problema, o aquecimento global, por outro, a possível poluição dos reservatórios de água da região.
(Matthew L. Wald, do New York Times)
(O Globo, 23/9).

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Acquisition of data and modeling of transport and geochemical processes in waste rock piles.

Em 2008 publiquei um capítulo de livro referente a minha Tese de Doutorado.
A publicação foi no livro:
Water Resources Research Progress

link:
http://books.google.com.br/books?id=_OfV1EqTS48C&printsec=frontcover&source=gbs_v2_summary_r&cad=0#v=onepage&q=&f=false

O título do capítulo do livro é:
Acquisition of data and modeling of transport and geochemical processes in waste rock piles.

link:
http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=_OfV1EqTS48C&oi=fnd&pg=PA311&dq=Acquisition+of+data+and+modeling+of+transport+and+geochemical+processes+in+waste+rock+piles.&ots=WpwM7kxlkY&sig=uQ9lRPej5Yb9LGifM8tlR65pNMc#v=onepage&q=Acquisition%20of%20data%20and%20modeling%20of%20transport%20and%20geochemical%20processes%20in%20waste%20rock%20piles.&f=false

Autores:
Ondra Sracek, Eurípedes do Amaral Vargas Jr. e Júlio César da Silva

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Brasil fará transmissão transcontinental de cinema em altíssima definição

"A primeira transmissão transcontinental ao vivo de cinema em superalta definição da América Latina para os Estados Unidos e Japão", como vem sendo chamada por seus organizadores, será realizada na quinta-feira (30/7), às 19 horas, durante a 10ª edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), em São Paulo.

Do Teatro Popular do Serviço Social da Indústria (Sesi), na capital paulista, o filme Enquanto a noite não chega, dirigido por Beto Souza e Renato Falcão, será transmitido para a Universidade da Califórnia em San Diego e para a Universidade de Keio.

4 vezes melhor que TV Full HD

Por meio da rede KyaTera, do Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia), o desafio será transmitir, em tempo real, imagens em movimento de um longa-metragem com resolução de 4K.

A tecnologia 4K (4096 × 2160 pixels) refere-se à projeção de imagens em altíssima resolução. O total equivale a mais de 8 milhões de pixels, o dobro de um filme digital convencional. Trata-se de uma imagem com definição cerca de quatro vezes maior do que a HD (High Definition) e 24 vezes superior que a da televisão tradicional.

As imagens serão transmitidas ao vivo pelas redes de fibras ópticas do KyaTera, que operam com taxas de até 10 gigabits por segundo (Gbps), capacidade atualmente restrita principalmente às universidades e instituições de pesquisa do país.

Possibilidades para ciência

"Trata-se de um experimento que abre possibilidades enormes para a ciência, funcionando, primeiramente, com a demonstração de um princípio tecnológico factível para, em seguida, gerar novos benefícios e aplicações em outras áreas do conhecimento", disse o professor Eunézio de Souza, coordenador do Laboratório de Fotônica do Mackenzie e coordenador da camada física das redes ópticas do KyaTera, à Agência FAPESP.

"As infraestruturas lógica e física da rede estão prontas e as chances de a transmissão fracassar são muito remotas - isso aconteceria caso a energia elétrica da Avenida Paulista acabasse na hora do experimento, por exemplo, uma vez que os lasers que alimentam os cabos ópticos com informações são alimentados eletricamente", afirmou.

Fibras ópticas apagadas

Segundo o docente, que é conhecido pela comunidade científica como Thoroh, a transmissão transcontinental só se tornará possível graças à infraestrutura oferecida pela rede, que conecta dezenas de laboratórios de pesquisa no Estado de São Paulo.

"Sem o KyaTera não haveria esse experimento. A grande vantagem dessa rede é a possibilidade de usarmos as fibras ópticas apagadas [desativadas ou sem tráfego de luz], que já estão disponíveis e não estão conectadas a nenhum dispositivo convencional. Essas fibras pertencem à Telefônica e foram cedidas por meio de um acordo de cooperação científica com a FAPESP", disse.

"Diferentemente das fibras acesas, cuja largura de banda é determinada pelas empresas operadoras, nas fibras apagadas somos nós, pesquisadores, que determinamos as características da banda a ser utilizada. Para o experimento da transmissão transcontinental de imagens em superalta definição, utilizaremos taxas de cerca de 10 Gbps", completou.

Laboratório de Fotônica

Pelo lado brasileiro, a iniciativa é liderada por docentes e pesquisadores dos programas de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura e de Engenharia Elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Os detalhes técnicos para a transmissão das imagens estão a cargo do Laboratório de Fotônica do Mackenzie.

"Vemos esse experimento como a ligação da inovação tecnológica com um evento cultural e artístico que é o cinema", disse Jane de Almeida, coordenadora dos cursos de mestrado e doutorado em Educação, Arte e História da Cultura do Mackenzie e que também está à frente do experimento.

Participam ainda da transmissão pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Rede ANSP (Academic Network at São Paulo, na sigla em inglês), da FAPESP.

No dia seguinte à transmissão transcontinental, na sexta-feira (31/7), às 10 horas, haverá um debate por cineconferência com pesquisadores brasileiros e das duas universidades estrangeiras que participam do projeto.

Mais informações podem ser obtidas no site www.file.org.br.

Nariz eletrônico

Projeto de cooperação envolvendo pesquisadores brasileiros e cubanos deve resultar em robô capaz de identificar os mais diversos cheiros. Mecanismo poderá ser usado para detectar a presença de gases tóxicos, explosivos ou pessoas presas sob escombros
Gisela Cabral escreve para o "Correio Braziliense":

Um robô preparado para identificar odores de gases tóxicos, entorpecentes, explosivos e até pessoas em locais de difícil acesso. Se depender de um estudo desenvolvido por pesquisadores brasileiros e cubanos, essas serão algumas das aplicações de uma plataforma robótica móvel, dotada de narizes eletrônicos previamente treinados para a detecção de substâncias específicas.

Fruto de um intercâmbio que terá início até o fim do ano, o projeto busca a construção de um protótipo inédito no país, além da troca de informações e a capacitação de profissionais nos dois países. Enquanto o Brasil dará sua contribuição na área de robótica, Cuba fornecerá conhecimentos sobre interfaces eletrônicas e instrumentação virtual para sensores físicos e químicos.

Narizes e línguas eletrônicas programadas para identificar substâncias têm sido amplamente utilizados não só em pesquisas, mas também na indústria, em especial na de alimentos. Porém, segundo a proposta dos cientistas, o desenvolvimento de um robô que sente cheiros é bem mais complexo, pois envolve técnicas de navegação, localização e controle, combinadas com o sensoriamento e a instrumentação.

"O grande diferencial é aplicar os narizes eletrônicos em um protótipo móvel. É preciso muito estudo", explica o professor titular da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e responsável pelo estudo, Alejandro Ramirez.

Esses sensores devem ser previamente treinados para a identificação de cheiros. A partir daí, é formado um padrão para cada uma dessas substâncias, que ficam armazenadas na memória da máquina. "É mais ou menos como acontece com o ser humano. Porém, é claro que o nosso cérebro consegue ser treinado numa velocidade maior e com um número infindável de substâncias novas", explica ele.

A utilização do robô no meio ambiente tem sido uma das propostas mais discutidas pelos cientistas, entre eles, os coordenadores do projeto, os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Edson de Pieri, e da Universidade de Havana (Cuba), José Antonio Pérez. O projeto terá dois anos para ser concluído. O custeio de atividades correntes para a equipe brasileira será de R$ 10 mil por ano, financiados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior.

Chile anuncia adesão à TV digital nipo-brasileira

Governo negocia com outros países sul-americanos, como o Equador, e ministro diz que Venezuela deve anunciar em outubro adoção do padrão
Gerusa Marques escreve para "O Estado de SP":

A construção de um modelo sul-americano de TV digital, com base no sistema nipo-brasileiro, ganhou ontem uma adesão de peso com a opção do governo chileno pelo padrão japonês. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, anunciou a adesão do Chile, prevendo que o padrão japonês de televisão digital, com inovações brasileiras, terá os "melhores preços do planeta" para televisores, conversores e equipamentos.

Apesar do otimismo do ministro, a adoção da tecnologia ainda é modesta no País. No mês passado, o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) divulgou que haviam sido vendidos cerca de 1,6 milhão de receptores no País. O software de interatividade Ginga, única tecnologia genuinamente brasileira no sistema, deve começar a ser incorporado aos equipamentos somente este mês. Os conversores de TV digital mais baratos custam cerca de R$ 300, o mesmo preço de há um ano atrás.

Segundo Costa, a redução de preços será obtida com a ampliação da escala de produção, já que a adoção de um mesmo sistema por todos os países sul-americanos pode dobrar o mercado atual de televisores, que é de 10 milhões por ano no Brasil. Até o momento, já são quatro países. O Peru tomou sua decisão em abril e a Argentina aderiu no mês passado.

"Estamos caminhando para um grande sistema sul-americano de TV digital, que vai possibilitar todo intercâmbio comercial, cultural, artístico e técnico entre os países do Cone Sul", afirmou.

Costa informou que, no próximo mês, a Venezuela também deverá fazer sua opção pelo sistema nipo-brasileiro. Segundo o ministro, os entendimentos estão avançados também com Equador e Cuba, e há conversas com Bolívia e Paraguai. Ele disse que ainda tem esperança de que os governos do Uruguai e da Colômbia voltem atrás na opção que fizeram pelo padrão europeu. "Todo mundo que erra tem o direito de voltar atrás", brincou.

A partir de 1º de janeiro, os televisores de plasma de até 42 polegadas produzidos na Zona Franca de Manaus já sairão da fábrica com o conversor de TV digital embutido. A decisão consta de portaria do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio, publicada na sexta-feira passada.

No mês passado, uma outra portaria estabeleceu regras para televisores de tela cristal líquido (LCD). Os aparelhos acima de 32 polegadas terão de vir com conversor embutido a partir do próximo ano, alcançando os de 26 polegadas em 2011, e valendo para todos os televisores de LCD em 2012. Em 2008, foram produzidos cerca de 11 milhões de aparelhos, sendo 2,7 milhões com tela de plasma e de LCD. Até maio deste ano, a produção foi de 2,1 milhões de TVs de tubo e 1,2 milhão de plasma e LCD.
(O Estado de SP, 15/9)

Lançado tradutor universal para Firefox

Barreira do idioma

A China está nos noticiários todos os dias, mas apenas uma minoria de internautas consegue ver o que passa pelos noticiários lá da China. E há muitos aficionados de tecnologia que gostariam de ver o que anda rolando pelos sites do Japão ou da Coreia.

Apesar da universalidade da Internet, as barreiras do idioma são ainda fatos muito concretos, principalmente no caso dos países com alfabetos tão diferentes quanto os países asiáticos ou árabes, para os quais ainda não existem bons tradutores online.

Tradutor universal online

É aí que entra o Worldwide Lexicon (WWL), um projeto de código livre de um sistema de tradução que pretende ser nada menos do que universal, ou seja, pretende chegar a um ponto em que será possível fazer a tradução de textos escritos em qualquer idioma.

Embora esteja longe da perfeição, o tradutor WWL, lançado na última semana na forma de um plugin para o navegador Firefox, abre bons buracos na tal barreira da linguagem, permitindo que o internauta tenha uma excelente ideia do conteúdo dos sites escritos em linguagens que ele não domina. Quanto mais técnico for o assunto, melhor é o resultado.

A grande vantagem do plugin tradutor, em comparação, por exemplo, com o tradutor do Google, é que a tradução é feita na própria página visitada, mantendo inclusive a formatação original do site.

O plugin já é capaz de reconhecer 40 idiomas. Inicialmente o usuário seleciona seu idioma de preferência e, tão logo ele visite uma página em outro idioma, o próprio programa se incumbe de fazer a tradução. Se o idioma do site visitado não estiver contemplado no projeto WWL, o plugin tenta usar outros serviços online, como o tradutor do Google.

Serviço de tradução para sites e blogs

O projeto vai além de um simples tradutor. O Worldwide Lexicon é também uma comunidade de pessoas interessadas em fazer traduções, profissionais ou não. Qualquer voluntário pode escolher o site de seu interesse, traduzi-lo e compartilhar a tradução com seus amigos.

O projeto tem ainda ferramentas para a publicação de sites e blogs simultaneamente em diversos idiomas. O usuário pode escolher entre as traduções automatizadas, traduções profissionais ou mesmo traduções feitas por leitores voluntários.

O plugin do tradutor universal pode ser baixado no site do projeto WWL, no endereço www.worldwidelexicon.org.

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Lula sanciona lei que cria Universidade Federal da Fronteira Sul

A UFFS terá campi nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Estima-se que 2.160 alunos sejam selecionados no primeiro processo seletivo, que terá como base as notas dos candidatos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou nesta terça-feira, 15, a lei que cria a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Outros três projetos de Lei tramitam no Congresso para criar as universidades federais da Integração Latino-Americana (Unila), da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) e da Integração Amazônica (Uniam).

O ministro da Educação, Fernando Haddad, considera um recorde o número de universidades criadas em um governo, nos últimos anos. "Até então, a marca pertencia a Juscelino Kubitschek, que criou dez", disse ele. Além das novas instituições, os campi das universidades já existentes se expandiram e interiorizaram; são 100 novos campi em todo o país.

Haddad destacou o empenho de reitores das universidades e dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia - que crescerão para 354 escolas até o final de 2010 - como fator de sucesso para a expansão das oportunidades educacionais. "E, no caso da Federal da Fronteira Sul, os estados contemplados e os movimentos sociais foram determinantes para a criação da instituição", afirmou.

A UFFS terá campi nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Cerca de 10 mil estudantes de graduação serão atendidos. As obras começam no próximo ano, mas a partir de março a universidade já funcionará em espaços provisórios. Estima-se que 2.160 alunos sejam selecionados no primeiro processo seletivo, que terá como base as notas dos candidatos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Para atender todos os estudantes com um ensino de qualidade, serão contratados 158 professores e 145 técnicos, também em 2010. Pelas previsões, 500 professores e 340 técnicos estarão trabalhando em 2013, quando a universidade deve estar em pleno funcionamento.

A instituição oferecerá os cursos de administração, agronomia, aquicultura, arquitetura e urbanismo, ciência da computação, desenvolvimento rural, enfermagem, engenharia ambiental, engenharia de alimentos e licenciaturas em filosofia, história, geografia, sociologia, pedagogia, português, espanhol e educação no campo. A sede da universidade ficará em Chapecó (SC) e os demais campi, em Cerro Largo e Erechim (RS), Laranjeiras do Sul (PR) e Realeza (PR).

Para despesas de custeio, investimentos e pagamentos de servidores, à UFFS serão destinados R$ 306 milhões até 2012.
(Informações da Assessoria de Comunicação do MEC)